
Muita gente ainda tem vários gadgets para várias finalidades. Celular para falar e trocar mensagens, MP3 player para ouvir música, GPS veicular para se localizar nos grandes centros, câmera digital para registrar momentos para a posteridade, console portátil para
passar o tempo na fila do banco
se divertir em qualquer lugar.
passar o tempo na fila do banco
se divertir em qualquer lugar.
Em contrapartida, cresce o número de pessoas que aderem à convergência e, ao invés dos cinco gadgets descritos acima, têm apenas um que faz as mesmas coisas. Se melhor ou pior, não entraremos no mérito, apenas vale dizer que ao invés de sete bolsos na calça, um dá conta do recado — e, afinal, convergência é isso aí.
Como estamos num blog de games, o ponto de convergência sobre o qual falaremos é o de smartphones-consoles. Ao contrário do que os mais novos acham, o iPhone não foi o precursor dessa onda que, enfim, parece ter encorpado. Muito, muito antes dele, os mais rudimentares aparelhos vinham com seus joguinhos. Extremamente simples, como o clássico Snake da Nokianos lembra, mas presentes. E fazendo sucesso.
Naquela época, a coisa era simplória por limitações tanto de hardware quanto de interesse. Não havia programas instaláveis, não havia modelo de negócios baseado em venda de aplicativos móveis, nada disso. Os primeiros jogos móveis eram, de fato, apenas passatempos para a fila do banco.A primeira investida realmente grandiosa nesse nicho foi, até onde minha memória recorda, da Nokia. Aolançar o N-Gage, a fabricante finlandesa botou uma interrogação na cabeça de todos os gamers do mundo: seria aquilo um console portátil que fala, ou um celular com jogos? Além disso, o n-gage era um smartphone, um “celular inteligente” movido a Symbian que, na época, era bastante acessível — talvez o mais acessível.
Na teoria, a Nokia tinha a faca e o queijo na mão. O que viemos a descobrir algum tempo depois é que a faca estava cega e o queijo, mofado. Foram lançados poucos jogos para a plataforma, que somados a erros grotescos de engenharia, como ter que remover a bateria para trocar o cartucho, sem falar no célebre e controverso sidetalking, enterraram a marca. Depois dele, veio uma nova versão do aparelho, a marca n-gage foi convertida para o serviço de games da Nokia, até que, ano passado, foi extinto, dando lugar à (igualmente ruim) Ovi Store.

Nesse meio tempo, algumas empresas se sobressaíram lançando versões adaptadas de grandes clássicos para uma ampla variedade de aparelhos. Quem não pensa na Gameloft quando o assunto tratado é jogos móveis? Pois então. Grandes nomes dos consoles de mesa e mesmo dos portáteis tradicionais da Nintendo e Sony também criaram braços na telefonia, e a avalanche de jogos para celulares começou. De qualidade duvidosa e longe de uma padronização, mas pelo menos tínhamos algo mais elaborado que o Snakes e menos complicado que um n-gage-tire-a-bateria-pra-trocar-de-
jogo.
Salto temporal, chegamos ao iPhone. Quando lançado, a Apple quis empurrar pra todo mundo o modelo de Web Apps, ou seja, jogos feitos na Web acessados pelo Safari móvel, ou algo próximo disso. Em suma, nada de aplicativos instaláveis no aparelho. O iPhone fez sucesso, mas foi só após aliberação do SDK e a mudança no modelo de distribuição de aplicativos, culminando com o lançamento da App Store, que a brincadeira ficou interessante.
Steve Jobs lançou um celular e, por uma combinação de fatores que, penso comigo, a Apple não previu, ganhou de lambuja a melhor plataforma móvel convergente de games. Estúdios diversos passaram a desenvolver para iPhone OS, os jogos viraram a principal vedete do iPod Touch (o iPhone sem telefone), e hoje é um filão forte do qual a Apple extrai muito lucro e onde foca muito do seu marketing.

Muito lucro mesmo, suficiente para que seus principais concorrentes começassem a, com um certo atraso, se mexer. Nos últimos dias, vimos Sony e Microsoft mostrarem suas armas na batalha dos games em miniatura.
Do lado da Sony, que, vale dizer, tem seu próprio console portátil dedicado, o PSP, há rumores de que o lançamento do Android 3.0 marcará a aproximação das divisões de telefonia (Sony Ericsson) e games, gerando, enfim, finalmente, já não era sem tempo, caramba como demorou, o primeiro “PSP Phone” da empresa. No Android Market, seria criada uma divisão de games, e esses, enfim, estreariam visuais tridimensionais na plataforma, graças ao processador Snapdragon de 1 GHz que, também segundo o rumor, equiparia o vindouro smartphone PlayStation/Xperia.
A Microsoft tem uma proposta mais madura (do ponto de vista do desenvolvimento) e concreta. Junto ao lançamento do Windows Phone 7, a empresa de Redmond lançará a versão móvel da consagrada Xbox LIVE, além de jogos, muitos jogos para o sistema. Ontem, na Gamescom, foram apresentados os primeiros títulos, e a coisa promete. Além da qualidade, até agora espantosa em todas as demonstrações vistas, haverá integração entre a Xbox LIVE móvel e a do Xbox 360, jogos multiplataforma sincronizados e todos os demais benefícios que usuários da LIVE têm a disposição.
Por fim, a Apple não dormiu no ponto. Junto ao iOS 4, anunciou o Game Center, uma rede centralizada para os jogos da plataforma, nos moldes da própria Xbox LIVE e PSN. Isso significa achievements, leaderboards, comparação de games com amigos, sistema de matchmaking, dentre outras coisas.
Para quem esperava para breve a briga entre PlayStation 4, Xbox 720 e Wii HD, parece que, afinal, haverá uma mini (rá!) batalha no meio do caminho que envolverá não só nós, gamers assíduos, mas também quem curte um smartphone moderno. E nessa, de qual lado você ficará? Acha que os consoles portáteis dedicados ainda têm vez frente aos avanços e disponibilidade dos smartphones mais parrudos do mercado, ou é da turma dos que creem que iPhone e cia. vieram não só para ficar, mas também tomar lugar de Nintendo DS, PSP e outros?


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